Pra uma matéria que escrevi no São João passado baixei algumas músicas bem representativas destas bandas. Não vou nem citar letras, porque este jornal é visto por leitores virtuais de família. Mas me arrisco a dizer alguns títulos, vamos lá:
- Calcinha no chão (Caviar com Rapadura),
- Zé Priquito (Duquinha),
- Fiel à putaria (Felipão Forró Moral),
- Chefe do puteiro (Aviões do forró),
- Mulher roleira (Saia Rodada),
- Mulher roleira a resposta (Forró Real),
- Chico Rola (Bonde do Forró),
- Banho de língua (Solteirões do Forró),
- Vou dá-lhe de cano de ferro (Forró Chacal),
- Dinheiro na mão, calcinha no chão (Saia Rodada),
- Sou viciado em putaria (Ferro na Boneca),
- Abre as pernas e dê uma sentadinha (Gaviões do forró),
- Tapa na cara, puxão no cabelo (Swing do forró).
Aqui o que se autodenomina ‘forró estilizado’ continua de vento em popa. Tomou o lugar do forró autêntico nos principais arraiais juninos do Nordeste. Sem falso moralismo, nem elitismo, um fenômeno lamentável, e merecedor de maior atenção. Quando um vocalista de uma banda de música popular, em plena praça pública, de uma grande cidade, com presença de autoridades competentes (e suas respectivas patroas) pergunta se tem ‘rapariga na platéia’, alguma coisa está fora de ordem. Quando canta uma canção (canção?!!!) que tem como tema uma transa de uma moça com dois rapazes (ao mesmo tempo), e o refrão é: ‘É vou dá-lhe de cano de ferro/e toma cano de ferro!’, alguma coisa está muito doente. Sem esquecer que uma juventude cuja cabeça é feita por tal tipo de música é a que vai tomar as rédeas do poder daqui a alguns poucos anos.
Ariano Suassuna